(Embora Jesus estivesse me ditando desde que cheguei a Israel, eu não sentia Sua Presença. É o deserto total!)

Lama sabachthani?
Vós me acompanhastes todo o caminho
até Vosso país, Israel, para me abandonar?
Se Vós sois o Santo,
que me trouxe à Vossa terra natal
para caminhar por onde caminhastes,
para respirar e cheirar o ar da terra que outrora respirastes,
e para saborear os produtos que saboreastes,
e assim me abandonar?
Então, por que estais tão longe de mim?
Por que estais calado?

YESHUAH,¹ YESHUAH, lama sabachthani?
Vós me trouxestes até o Monte das Oliveiras para me deixar?
É para que eu sinta solidão, meu Senhor?
Vossas angústias do Getsêmani?
Queríeis que eu sentisse as terríveis negações
e as traições pelas quais passastes?
Estais mostrando à minha alma
o que Vosso Coração sensível suportou naquela noite?
Por que Vos escondeis de mim, em Vossa terra?

Sabeis o quanto
minha alma e o meu coração definham de amor por Vós;
e como anseio, oh! como anseio por incessantemente Vos contemplar,
a ponto de perder a sanidade.
YESHUAH, por que, então, sabeis como minha alma tem sede de Vós,
voltastes Vossas Costas a mim?
YESHUAH,
por que sentis prazer
em romper cada fibra de meu coração?

Fizestes de mim um alvo para os Vossos tiros de arco,
atirando flecha após flecha;
devo proteger-me da chuva de Vossas flechas?

Uma vez que agora Vos perdi, como aguentar-me sozinha?
Vós me trouxestes até aqui para me deserdar?
YESHUAH,
perdi todo o gosto pela vida, agora que partistes...
Mas dizei-me, ao menos, o motivo dessa Vossa tão repentina decisão!
É justo
me trazerdes à Vossa terra natal e me ignorardes?
Seria porque mudastes de opinião a meu respeito?

Ó meu fiel YESHUAH,
eu grito para Vós, mas silêncio é a única coisa que ouço;
estou no coração de Vossa terra natal
mas Vós ignorais minha alma miserável.

Quando cheguei às portas de Jerusalém,
quando tomei meu lugar em Vosso país,
nem bem entrara em Vossa terra,
meus louvores ecoaram em cada ouvido.
Vós me deixastes construir minhas esperanças, ao entrar em Vossa cidade;
mas, nem bem entrei,
ocultastes minha alma de Vossa Luz.
Quando alguém é privado de Vossa Presença,
Vosso Coração não o sente?

Por Vossa própria iniciativa,
traçastes um caminho para que Vos alcançasse,
e, agora, sentis prazer em mergulhar-me na escuridão.
A noite é minha única companheira de viagem.
Se passásseis por mim, não Vos teria visto...
se me tocásseis, não Vos teria sentido,
nem teria percebido Vossa Presença.
Como andar, então, sem Vossa Luz?
Estou cheia de medo diante desse vazio.
Por que fazeis isso com Vossa fiel amiga?

YESHUAH,
é assim que tratais Vossos convidados?
apresentarei meu caso diante de nosso Pai Eterno,
e ao outro,² aquele
que me destes como conselheiro;
se eu sou inocente, eles me darão Esperança.

(Naquela mesma manhã, apresentei meu caso ao Padre O’ Carroll e chorei.)

(Então, mais tarde, naquele mesmo dia, vi meu YESHUAH com os olhos de minha alma, na entrada de Seu Túmulo; e antes que eu entrasse, Ele levantou Sua Mão, tocou minha fronte com Seu Polegar e fez rapidamente o Sinal da Cruz, várias vezes, abençoando-me.)

(Naquela mesma noite)

a Paz esteja contigo, Minha tão pequenina! coragem! não tenhas medo; escuta Minhas Palavras: estás questionando Minha Fidelidade, Minha Lealdade e Minha Delicadeza? não ouviste que elas são além de qualquer medida? percebe como fiquei despedaçado nos momentos de tua reparação;³ não recebo muito incenso e fragrâncias calmantes de Meu próprio país; servi-Me de ti para aplacar Meu Amor ciumento, ah!... e para recordar-te os acontecimentos de Meu passado;

és Minha convidada, não és? um bom anfitrião não trataria seus convidados com generosidade e providenciaria para que nada lhes faltasse? por que Eu estava determinado a fazer tua alma progredir... mas agora, de Minha parte, Eu te farei uma pergunta, apenas uma: duvidaste de Minha Presença na entrada de Meu Túmulo?⁴ ... responde-Me...

Sim, um pouco, Senhor.

em verdade te digo, abençoei tua fronte, com Meu Polegar, mais de uma vez...⁵ vê o quanto tenho de tolerar de ti? e, no entanto, peço-te tão pouco...⁶ aprende Comigo; aprende com Minha Paciência e com Minha Tolerância, e compreende o quanto tolero de ti;

(Logo após essa mensagem, dada por volta de meia-noite, Jesus pediu-me que permanecesse acordada por uma hora e meia, para Lhe fazer companhia e adorá-Lo. Mantive o Amor e a Lealdade que Se inclinaram do Céu em meu abraço... E o Esposo de toda a humanidade alegrou-Se por ser amado, prolongando Sua visita; e eu, em minha miséria, repetidas vezes, fui assegurada de um Amor Fiel e Eterno.⁷ )